Melhorar uma categoria que pouco mudou nas últimas décadas e que utiliza premissas desadequadas ao mundo atual seria uma missão, no mínimo, inócua. Falamos, claro, de Seguros.
E em seguros, para mudar alguma coisa, foi preciso mudar tudo.
A equipa Lovys percebeu, em 2017, que criar um seguro de casa ligeiramente melhor do que a média do mercado não mudaria fundamentalmente a experiência do consumidor. Criámos, por isso, um conceito único que cria uma nova categoria: uma experiência all-in-one sob a forma de um modelo de subscrição, na qual os clientes podem compor com os produtos, garantias e opções que lhe convêm, sabendo desde o início que podem mudar mensalmente a sua subscrição.
A equipa fundadora quis, desde o início, ser um category builder.
Acreditámos no potencial de Portugal para o desenvolvimento de hubs tecnológicos, sendo ao mesmo tempo certo que seria no mercado Francês que apostaríamos – mais digital e com maior escala . Esta era uma condição necessária para nos tornarmos um player à escala europeia e, a prazo, sermos para os seguros o que empresas como a Revolut e a N26 foram para a banca. A ideia nunca foi ser uma startup Portuguesa, Francesa ou Espanhola. A ideia é sermos pan-europeus.
Do ponto de vista de cultura, definir first things first fez toda a diferença.
Os ingredientes mais óbvios foi sermos capazes de articular indivíduos e equipas à distância e desenvolvermos uma cultura internacional (temos atualmente 17 nacionalidades diferentes). Mas percebemos ainda que 80 a 90% dos problemas que estávamos a resolver eram inéditos e complexos, o que nos “obrigava” a ter uma equipa diversificada, juntando pessoas com diferentes percursos de vida, formas de pensar e até idades.
Colocar esta diversidade ao serviço de um grupo e potenciá-la em desafios coletivos foi um dos maiores desafios.
Não só obrigou a equipa a levar o recrutamento como uma missão coletiva, exigente e criteriosa, como nos desafiou a ter sistemas de comunicação internos bastante apurados. Criámos momentos formais de comunicação, com propósitos concretos para articular os vários departamentos e assim conciliarmos perspetivas diferentes. Para além de offsites regulares, temos o nosso All-hands semanal, uma reunião com toda a empresa, onde cada departamento expõe as suas prioridades. Também de forma semanal tenho entre 10 a 15 reuniões com todo o C-level e VP’s, onde olhamos para KPI’s e reservamos tempo para pensamento exploratório e criativo. Este é um valor inegociável da empresa: termos a capacidade de pensar em sentido contrário a nós próprios, recorrendo a um grupo heterogéneo nas suas qualidades, mas que em conjunto se atreve a ser líder. “Ousado”, ouvimos tantas vezes. Mas como dizia Fernando Pessoa, “Tudo é ousado para quem nada se atreve”.